ITAGUAÍ: COLÔNIA OU ILHA? (por Eduardo Teffé)
(por Eduardo Teffé)
Itaguaí hoje é o um dos centros
de investimentos do pais, a cidade
próspera financeiramente mas a mentalidade não. Continuamos pensando como
colônia ou ilha. Vou falar um pouco sobre cultura para exemplificar (mas poderia falar de outras
áreas como educação, saúde, turismo...).
Poderia dizer que somos ilha
culturalmente por que não conseguimos criar laços de produções com nossos
vizinhos: não entramos no circuito da costa verde e nem da região
metropolitana. Quando produzimos ficamos só em Itaguaí ou por algum “herói” da
cidade que consegue participar de algum
festival.
Já em relação ao fator colônia
posso começar argumentando que além de mim conheço ao menos mais umas dez
pessoas com formação superior em Artes que não tem nenhum cargo ou função na
prefeitura. Em paralelo existem pessoas de outras cidades com estes possíveis
cargos (e nem adianta os contra argumentos de que foi questão política porque
muitas dessas pessoas fizeram campanha
para o candidato do último governo). Outro ponto é a diferença que se paga
para o artista do rio e para os artistas locais (isso quando estes são
contratados): a produtora do palhaço “Xerém” recebeu 40 mil pra fazer a animação do carnaval
(segundo nota do atual) enquanto os artistas da cidade ficaram com zero reias e
desanimados.
CLARO QUE É IMPORTANTE DIZER QUE
ESSES PROBLEMAS NÃO SÃO DO ATUAL GOVERNO. É GERACIONAL E AGRAVADO
NO ÙLTIMO MANDATO. MAS ESPERO SINCERAMENTE QUE O ATUAL CICLO POSSA MUDAR
ALGUMAS DESSAS COISAS E NÃO CONTINUAR NO “TUDO IGUAL”.
Pode ser as duas!?
ResponderExcluirConcordo. Isto aqui verdadeiramente é uma colônia e seguirá assim por décadas é décadas...Sabe por que, Eduardo? Porque nossas autoridades tem complexo de vira lata, só para citar Nelson Rodrigues. Você vê, em qualquer lugar sério se escolhe uma pessoa qualificada para assumir o posto de Secretário de Cultura. Não estou dizendo com isso que tem que ser um Deus e nem ninguém acima do bem e do mal. Mas tem que ser uma pessoa conhecedora de uma matéria extremamente sensível, que tenha familiaridade com teatro, cinema, shows, goste de debater ideias e seja um apaixonado leitor. Ou seja, que seja culto. e, de preferência, que goste do que faça e seja, no mínimo, morador do município. Sim, lidar com artes requer uma sensibilidade e um bom refinamento estético, exige todos estes predicados citados acima. E aí te pergunto : Por que não temos um teatro com atividades de qualidade a preço popular? Por que não temos livrarias? Por que não temos cinematecas? Por que não temos uma lona cultural efervescente? Por que não temos feiras de artesanatos? Por que não temos uma biblioteca qualificada e de excelente acervo? Por que não temos uma casa de cultura que abrigue diversos cursos como de teatro, oficina literária, música, dança e outros tantos para ocupar e qualificar esses mesmos jovens que vagam pelas ruas da cidade? Por que não há preocupação tanto com os nossos monumentos, nem se dar o menor valor aos filhos ilustres que nasceram aqui e se tornaram história pelos seus valiosos feitos? Aí eu respondo: porque não há interesse em se criar uma secretaria de cultura. Aliás, a Secretaria de Cultura foi sempre um departamento agregado que não tem autonomia e sequer verba. Como criar uma política cultural assim? Há exemplos de municípios muito menores e com ínfima arrecadação, se comparado com a daqui, e que se projetaram, como Paraty, por exemplo. Só sairemos desse gueto quando a busca pela solução vier do todos. Aliás, te pergunto: que fim levou o Manifesto apresentado por vcs aos candidatos, quando em campanha, com várias propostas na área cultural ? Pelo visto ficou na estrada das promessas...Ou não? Pois, é, Eduardo Teffé, falta exatamente isso: responsabilidade. Tudo aqui é muito nebuloso. Principalmente o pensamento dos homens públicos.
ResponderExcluirAtenciosamente,
Nilton Muniz
Eramos colonia com o charles e ilha com luciano
ResponderExcluiro eduardo é uma importante voz para a cultura
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