RIO - O prefeito de Itaguaí, Luciano Mota (PSDB), de 32 anos, que era visto
desfilando na cidade ao volante de uma Ferrari avaliada em R$ 1,5 milhão ou
usando ternos de até R$ 4,5 mil, está sendo apontado agora pela Polícia Federal
como suspeito de chefiar um esquema que pode ter desviado até R$ 30 milhões por
mês de recursos públicos — um terço da receita mensal do município, estimada em
R$ 90 milhões. Provas contra o prefeito foram recolhidas ontem durante um
operação da PF para cumprir 11 mandados de busca e apreensão, sete deles no
gabinete de Luciano e em secretarias de Itaguaí.
Três investigados prestaram esclarecimentos à PF. Uma funcionária da
prefeitura, cujo nome não foi revelado, e os secretários
Amaro Gagliarda (de
Assuntos Extraordinários) e
Ricardo Soares (de Turismo). Os dois últimos
acabaram indiciados por desvio de verba pública, lavagem de dinheiro, fraude em
licitação e formação de quadrilha. Outros dois acusados,
Luciano Mota e o
secretário de Transportes,
Alex Lucena, não foram encontrados. Contra os cinco
havia mandados de condução coercitiva (que permite à polícia obrigar um suspeito
a depor), emitidos pela Justiça Federal.
O número de pessoas envolvidas, no entanto, é bem maior: são pelo menos 50,
de acordo com a polícia, e incluem não só o prefeito e secretários, como
funcionários públicos, empresários e vereadores. O delegado Hylton Coelho, chefe
da Delegacia da PF em Nova Iguaçu, informou que o grupo simulava contratos de
prestação de serviços à prefeitura, desviando os recursos. O dinheiro
normalmente ia parar em empresas de fachada (várias foram identificadas) ou
controladas por “laranjas”.
Comentários
Postar um comentário